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#5 Desafio 2018 – Resistência ao Impulso

Chegamos ao mês de Maio e é tempo de lançarmos o nosso 5º desafio mensal para desenvolver a Inteligência Emocional! O desafio deste mês é sobre a Resistência ao Impulso.

Recordamos os últimos quatro desafios mensais:

 

A Resistência ao Impulso é capacidade de um indivíduo resistir ao desejo da gratificação imediata, de forma a obter uma maior recompensa a longo prazo. Esta competência é um factor crítico de sucesso no nosso controlo emocional. Esta capacidade é algo que nos separa do resto do reino animal, pois em vez de responder a impulsos imediatos, temos o poder de planear, avaliar acções alternativas e evitar fazer coisas que depois nos arrependemos.

Ao longo da nossa vida, vamos tomando decisões, umas cedendo mais a gratificações instantâneas e outras pensando mais a longo prazo. No entanto, e embora tenhamos esta capacidade de resistir ao impulso imediato, é muito comum optarmos por decisões que nos dêem uma maior recompensa a longo prazo. Mas porque é que isso acontece?

Os investigadores e teóricos das últimas décadas têm conceptualizado a mente humana como composta por múltiplos “self” (múltiplos “eu”). O self que faz a escolha hoje e o self que lida com as consequências, parecem ser diferentes pessoas. O que se tem vindo a descobrir é que o nosso futuro self é visto e tratado pelo nosso cérebro, como se de outra pessoa se tratasse. E como pensamos no nosso futuro “eu” como outra pessoa, as nossas decisões tendem a ser diferentes.

Uma psicóloga da Universidade de Princeton, chamada Emily Pronin, mostrou que esta falha leva a que tratemos o nosso futuro “eu” como um estranho. Nas suas experiências, é perguntado aos estudantes que façam uma série de escolhas de autocontrolo, para o nosso “eu” presente e para o nosso “eu” futuro.

Como somos nós próprios, deveríamos repartir o peso dessas escolhas. Mas não é isso que acontece. Temos a tendência de salvar o nosso eu do presente de coisas mais stressantes, mas carregamos o nosso futuro eu com mais coisas, como se fizéssemos com estranhos.

Numa experiência, os estudantes tinham que beber um líquido nojento feito de ketchup e molho de soja. Eles tinham que escolher quando é que estariam dispostos a beber em nome da ciência. Quanto mais bebessem, mais seria útil para a pesquisa dos cientistas. A alguns estudantes, foi dito que tinham que beber o líquido daí a uns minutos e a outros que só tinham que beber no próximo semestre. E a outros estudantes, foi pedido para escolher quanto é que o próximo participante do estudo teria que beber.

Os estudantes assignaram mais do dobro do líquido ao seu eu futuro ou aos estranhos, do que para si. Este viés funciona com vários fatores, desde uns mais repulsivos, até outros de carácter mais solidário.

Foi perguntado aos estudantes quanto tempo é que estavam dispostos a dar, para ajudar uma boa causa, nomeadamente ajudar em tutorias no próximo semestre. Eles atribuíram 85m ao seu futuro eu para ajudar os alunos no próximo semestre. Foram ainda mais generosos com o tempo dos outros estudantes, atribuindo 120m. Mas quando lhes foi pedido para comprometerem-se para este semestre, o seu eu presente tinha apenas 27m disponíveis.

Então como é que podemos ultrapassar este efeito que o nosso cérebro cria sobre o nosso futuro e aprender a tomar decisões mais benéficas hoje, para melhorar o nosso futuro? Vamos propor uma forma no nosso desafio deste mês.

Quanto mais consciência tivermos deste nosso viés, mais comportamentos vamos mudar no presente. Este mês, cada vez que tomares uma decisão que requeira força de vontade, vê se a promessa do teu bom comportamento no futuro aparece. Dizes a ti próprio que vais compensar amanhã pelo teu comportamento de hoje? Que efeito tem isso no teu autocontrolo? E no dia seguinte, no dia que disseste que ias fazer o que prometeste a ti próprio, vê se realmente o fazes e se realmente te apetece.

 

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