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As Grandes Teorias sobre as Emoções

Em primeiro lugar precisamos de conseguir definir o que é uma emoção e o que são sentimentos.

Embora não exista uma definição consensual, uma das mais utilizadas cientificamente é que as emoções são programas de ação complexos que são ativados por algum estímulo, externo ou interno ao corpo, quando esse estímulo ativa certos sistemas neurais. 

Por outro lado, os sentimentos são perceções desses programas de ação emocionais (Damasio, 1994).

As emoções são, então, um conjunto de programas que o corpo executa de forma a responder de forma biologicamente vantajosa. 

Ao longo das últimas décadas, vários autores têm proposto várias definições sobre como as emoções surgem.

A Teoria de James-Lange

A primeira grande teoria que surgiu foi a Teoria de James-Lange. Esta teoria defende que uma emoção surge por via da ativação fisiológica que sentimos. 

Se encontrarmos um predador, o nosso sistema nervoso simpático irá iniciar uma ativação fisiológica intensa, que fará o nosso ritmo cardíaco acelerar, bem como tornar a respiração mais ofegante (Cannon, 1927).

De acordo com esta teoria, apenas sentimos medo nesta situação após esta ativação fisiológica tiver acontecido. Sem ativação fisiológica, não existe emoção. 

Adicionalmente, esta teoria defende ainda que para cada sentimento existe um padrão fisiológico distinto.

Segundo esta teoria, não choramos porque estamos tristes. Mas, ficamos tristes porque choramos.

Estímulo -> Ativação Fisiológica -> Emoção

Teoria de Cannon-Bard

Teoria de Cannon-Bard surgiu como crítica à teoria anterior e defende que a experiência emocional e ativação fisiológica ocorrem em simultâneo, mas de forma independente (Lang, 1994). Então, quando vemos um predador, sentimos medo ao mesmo tempo que o nosso corpo inicia a resposta de fuga ou luta.

Esta emoção é então independente da ativação fisiológica, mesmo que ocorram em simultâneo.

Estímulo -> Ativação Fisiológica + Emoção

Teoria de Schachter-Singer

Teoria de Schachter-Singer é outra variação, que tem em conta quer a ativação fisiológica, quer a experiência emocional. De acordo com esta teoria, as emoções são compostas de dois fatores: fisiológicos e cognitivos. Ou seja, a ativação fisiológica é interpretada em contexto para produzir a experiência emocional (Schachter, & Singer, 1962).

Se virmos um predador, esta teoria defende que o estímulo ativa o sistema nervoso simpático que é rotulado como medo dado o contexto em que estamos inseridos. Se por exemplo, tivéssemos rotulado essa ativação como alegria, sentiríamos alegria.

Estímulo -> Ativação Fisiológica -> Interpretação Cognitiva -> Emoção

Teoria da Avaliação Cognitiva de Lazarus

A última teoria é a Teoria da Avaliação Cognitiva de Lazarus, que é uma adaptação da teoria de Schachter-Singer. A diferença é que esta teoria defende que as emoções são determinadas pela avaliação do estímulo. Ao contrário da teoria anterior, que vê a emoção como um resultado da interação entre a ativação fisiológica e a interpretação cognitiva, a teoria de Lazarus defende que a avaliação antecede o rótulo cognitivo, estimulando em simultâneo quer a ativação fisiológica, quer a experiência emocional em si (Scherer, Shorr, & Johnstone, 2001).

No caso do predador, significa que a forma como avaliamos o predador, pode-nos fazer sentir com medo, experienciando essa ativação fisiológica.

Estímulo -> Interpretação Cognitiva -> Emoção + Ativação Fisiológica

Temos então 4 grandes teorias sobre as emoções, em que cada uma delas defende que as emoções surgem de forma diferente.

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