Etiqueta: alimentação

#6 Desafio 2019 – Alimentação

Chegamos ao início do mês de Junho, altura de mais um desafio para desenvolver a nossa Inteligência Emocional!

Vamos recordar os últimos 5 desafios de 2019:

Neste mês, o desafio é sobre um tema que não se encontra diretamente ligado a nenhum modelo de Inteligência Emocional, mas que afeta e é afetado por ela. Estamos a falar da Alimentação.

Vários estudos têm examinado a relação entre a clareza emocional e os distúrbios alimentares. A clareza emocional refere-se ao quanto conhecemos e entendemos as nossas emoções, bem como saber identificar que emoções estamos a sentir e porque é que as estamos a sentir. Se tivermos uma clareza emocional reduzida, temos tendência a ter mais dificuldade em encontrar a origem das nossas emoções. E isso, vai afetar a nossa alimentação. Por exemplo, indivíduos com Bulimia e Perturbação da Ingestão Alimentar Compulsiva (Binge Eating), apresentam uma claridade emocional mais reduzida, quando comparados com indivíduos saudáveis (e.g., DeZwaan et al., 1995; Eizaguirre, de Cabezon, de Alda, Olariaga, & Juaniz, 2004).

Também é muito comum virarmos-nos para a comida para forma de lidar com o stress ou com emoções negativas como tristeza ou solidão. No entanto, depois de comer, sentimos-nos piores. Ou seja, sentimos-nos mal com o problema em questão e depois ainda acresce a culpa por comermos em excesso.

Então, se a comida de conforto, está em parte ligada à nossa regulação emocional e se a clareza emocional e os distúrbios alimentares apresentam uma relação, será que se os indivíduos aumentarem a sua clareza emocional, ou seja, se os indivíduos estiverem mais atentos às suas emoções na altura de ingerirem alimentos, conseguem melhorar os seus hábitos alimentares?

Alice Moon e Howard Berenbaum, da Universidade de Illinois dos EUA, fizeram uma experiência onde testaram essa hipótese. No seu estudo, verificaram que as participantes (todas do sexo feminino) que prestavam menos atenção às suas emoções, tinham tendência a ter comportamentos alimentares mais desregulados. Adicionalmente, quando era pedido às participantes que completassem uma check-list para analisar o seu estado de humor, de forma a manipular a atenção para as emoções, a quantidade de comida ingerida era influenciada (Moon, & Berenbaum, 2009).

A nossa clareza emocional, tem um papel importante na influência da nossa alimentação. Por isso, o desafio deste mês passa por estares mais atento/a ao teu estado emocional, nos momentos em que vais ingerir algum alimento:

  • Sempre que te apetecer um alimento menos saudável, tenta observar de onde veio esse desejo. Será que se deve a alguma compensação sobre algo que aconteceu? Será porque estás com menos energia, frustrado/a ou simplesmente triste? Ou porque não comes há várias horas? Que motivos consegues analisar?

 

 

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#6 Desafio 2018 – Alimentação

Chegamos a Junho e é altura de mais um desafio para desenvolver a nossa Inteligência Emocional!

Recordamos os últimos cinco desafios mensais:

O desafio deste mês não é uma categoria da Inteligência Emocional, mas é uma categoria que afeta e é afetada por ela. Este mês vamos-nos dedicar à nossa Alimentação.

Tem sido evidenciado que as doenças não transmissíveis como as doenças cardiovasculares, cancro ou diabetes, causaram a morte prematura de 40 milhões de pessoas por todo o mundo (OMS, 2007). As causas são multiplas, mas a fraca qualidade da alimentação é um fator forte e que tem vindo a ser estudado crescentemente nas últimas décadas.

Neste contexto, têm vindo a ser implementadas algumas estratégias, como avisos nutricionais para ajudar os cidadãos a tomarem melhores decisões nutritivas, mas apesar de todos os esforços, os resultados têm estado muito aquém do desejado. E porquê? Porque os instrumentos foram desenhados baseados nas capacidades cognitivas dos consumidores (Prieto-Castillo, Royo-Bordonada, & MoyaGeromini, 2015) e assume que os consumidores estão conscientes dos prós e contras das suas escolhas alimentares. No entanto, não é isso que acontece.

Muitas escolhas que fazemos são inconscientes e as nossas decisões utilizam várias heurísticas, através de informação emocional incompleta que nos faz escolher alimentos menos saudáveis, porque têm um melhor sabor e mais calorias. Como consequência, as pessoas focam-se em ganhar benefícios a curto prazo (prazer, sabor), omitindo as consequências que traz para a saúde a longo prazo.

Então, não podemos apenas utilizar uma abordagem cognitiva para mudarmos a nossa alimentação e consequentemente, melhorar a nossa saúde. E é precisamente aí que a Inteligência Emocional pode trazer uma ajuda.

Embora não existam muitos estudos atualmente entre a Inteligência Emocional e a Alimentação, existem alguns estudos que mostram uma ligação positiva com vários tipos de tomadas de decisão mais saudáveis.

Galdona et al., (2011), indicou que as pessoas jovens com maior IE (Inteligência Emocional), reportam um maior nível de bem-estar psicológico e físico obtido através da prática regular de exercício físico. Por outro lado, alguns estudos demonstram uma relação negativa entre a IE e comportamentos pouco saudáveis. Brackett et al., (2004) sugeriu que os estudantes com reduzida IE têm mais probabilidade de ter comportamentos inapropriados, como consumir drogas ilegais e consumir álcool em excesso. Entretanto, Filaire et al. (2012), mostrou que os atletas com menor IE tendem a utilizar a comida como estratégia de compensação quando têm um pior desempenho.

Um estudo sobre a IE e a Alimentação foi feito por Kidwell et al. (2008), que mostrou que os consumidores com maior IE, resistem mais a comidas tentadoras e escolhem mais opções saudáveis.

O desafio deste mês passa por utilizares a Inteligência Emocional na escolha das tuas opções alimentares. Durante este mês presta atenção ao seguinte:

  • Quando te apetecer um alimento menos saudável, tenta observar de onde veio esse desejo. Deve-se a alguma compensação sobre algo que aconteceu, estás com menos energia, estás mais frustrado ou triste, não comes há várias horas, ou que outro motivo será?
  • Ganha mais consciência dos alimentos que ingeres diariamente, em vez de pedires e consumires de forma mais automatizada. E, sempre que possível, substitui um potencial alimento menos saudável por um mais saudável (água em vez de bebida açucarada, salada em vez de batatas fritas, menos açúcar no café (ou sem açúcar), etc). Esta consciência e substituição alimentar, ao longo de todo o mês, vai fazer diferença.

Bons treinos!

 

 

 

 

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