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#1 Desafio 2020 – Autoconsciência

Entrámos em 2020, início de uma nova década.

Como temos vindo a fazer desde 2017, vamos continuar com os nossos desafios mensais para desenvolver a nossa Inteligência Emocional.

Uma das formas de aprendizagem com mais sucesso é a considerada prática distribuída (em oposição à prática massiva). Ou seja, em vez de tentarmos aprender tudo num dia (prática massiva), distribuímos ao longo do tempo. Com a Inteligência Emocional, também é importante termos uma prática distribuída e continuada, pelo que se treinarmos uma competência socioemocional mensalmente, aplicando o conhecimento diariamente, vamos conseguir aprender e incorporar melhor estes conceitos.

Como estamos no primeiro mês do ano, vamos também começar pela competência base da Inteligência Emocional. Estamos a falar da Autoconsciência.

A Autoconsciência envolve monitorizar os nossos pensamentos, emoções e crenças. É a capacidade de estarmos atentos a diferentes aspetos do “self” e é um estado psicológico em que o próprio se torna o foco da sua atenção.

Habitualmente os psicólogos separam a Autoconsciência em dois tipos diferentes: Autoconsciência Pública e Autoconsciência Privada.

A Autoconsciência Pública dá-se quando estamos focados na forma como parecemos aos olhos das outras pessoas. É por causa deste tipo de autoconsciência, que temos tendência a aderir e a respeitar as normas sociais, porque quando estamos conscientes que estamos a ser observados e avaliados, tentamos comportarmo-nos de formas mais socialmente desejáveis. Por isso temos certos comportamentos em privado, quando ninguém nos está a observar, que dificilmente teríamos em público. Se por um lado, esta autoconsciência nos traz algumas vantagens, nomeadamente a inclusão no meio social, também nos pode levar a estados emocionais de ansiedade, preocupação e stress, pela forma como pensamos que estamos a ser avaliados e percecionados pelas outras pessoas.

Por outro lado, a Autoconsciência Privada acontece quando estamos conscientes dos nossos aspetos interiores. Ou seja, quando ficamos mais introspetivos e analisamos o nosso “self” e as nossas emoções. As vantagens de uma maior Autoconsciência Privada, é que estamos mais ligados aos nossos valores, tomando decisões que vão ao encontro dos mesmos e analisamos mais os nossos estados emocionais. Por outro lado, podemos ficar hipersensíveis por estarmos demasiado focados em nós, aumentando os níveis de ansiedade.

Então, devemos desenvolver a nossa Autoconsciência, mas também é importante estar atento ao meio que nos rodeia.

E como é que podemos desenvolver a nossa Autoconsciência? Existem inúmeras formas, mas para este desafio, queremos dar especial incidência às reações emocionais negativas que ocorrem quando vemos certos comportamentos das outras pessoas. Porque é que vemos por vezes os nossos concorrentes como pessoas gananciosas? Porque é que algumas pessoas têm suspeitas irracionais sobre a infidelidade dos seus parceiros? Porque é que há pessoas que formam grandes estereótipos e agem de forma tão agressiva contra certos grupos minoritários?

Claro que existem várias perspetivas e motivos, mas neste desafio vamos falar sobre o conceito da “Projeção” que originou de Sigmund Freud. Segundo esta teoria, as pessoas são propensas a reagir de forma mais intensa em relação aos outros, sobre traços que procuram negar em si próprias. Ou seja, as pessoas são motivadas a evitar verem certas falhas em si e de forma a ultrapassar este sentimento negativo e esta dissonância, projetam essas falhas nos outros.

Existem alguns psicólogos que não concordam com o motivo da Projeção apresentado por Freud, apresentando outros modelos, mas continuam na mesma a verificar este efeito. Por exemplo, Roy Baumeister, da Case Western Reserve University fez um estudo em 1997 onde testou com sucesso a sua hipótese, que as pessoas tentam ativamente suprimir pensamentos sobre a possibilidade de terem determinados traços de personalidade, sendo que ao fazê-lo, esses traços indesejáveis ficam cronicamente acessíveis. Como resultado, os conceitos associados a esses traços vão ser utilizados para interpretar o comportamento dos outros.

Então, segundo esta teoria, um dos motivos de termos reações emocionais negativas mais acentuadas em relação a terceiros, deve-se a algum traço nosso que não gostamos (e geralmente não estamos conscientes).

Para aumentares a tua autoconsciência durante este mês, cada vez que alguém fizer ou disser algo que te pareça particularmente irritante, questiona-te: “Pode isto ser um reflexo de alguma coisa que não gosto em mim? Faço alguma versão disto? Porque é que acho que reagi assim?”.

Ao colocares estas questões, em vez de utilizares o pressuposto automático que a pessoa te fez reagir de determinada forma, irás ganhar a capacidade de refletir sobre o assunto e aumentares a tua autoconsciência. E com maior autoconsciência, vem também uma maior autorregulação.

Bons treinos!

 

Janeiro - Autoconsciência - Inteligência Emocional

#1 Desafio 2019 – Autoconsciência

Ano novo, desafios novos!

Em 2017 iniciámos os nossos desafios mensais, para que quem nos acompanha pudesse treinar a sua Inteligência Emocional. Uma das dificuldades em desenvolver as nossas competências socioemocionais, é a falta de foco no que treinar e quando treinar.

Desta forma, podemos nos focar numa competência chave em cada mês, e com isso, aumentar a nossa Inteligência Emocional.

Para o primeiro desafio de 2019, vamos treinar a nossa Autoconsciência. A autoconsciência representa a capacidade de nos tornarmos o objeto da nossa própria atenção. É a pedra pilar da Inteligência Emocional, portanto é a primeira competência que devemos treinar.

O sociólogo George Mead (1934), propôs uma distinção clássica entre focar a atenção para fora do ambiente (consciência) e focar a atenção para dentro (autoconsciência). Podemos ser conscientes, mas faltar-nos autoconsciência.

Como diz o provérbio Africano: “Se não existir um inimigo interior, o inimigo exterior não nos consegue fazer mal”. Se nos conhecermos bem, se entendermos as nossas reações emocionais, os nossos gatilhos, o que nos move, como fazer para aumentar as nossas emoções positivas e regular as nossas emoções negativas (ou mesmo intensificá-las, se for necessário), conseguimos ter uma resposta muito mais ativa sobre o meio que nos envolve, não sendo tão afetados pelo mesmo.

A nossa capacidade de refletir sobre nós próprios facilita a navegação no meio social. Uma das vantagens de trabalhar a nossa autoconsciência, liga-se a uma melhoria na nossa autorregulação. Porque para aplicar estratégias de regulação emocional eficazmente, precisamos de estar conscientes que aspetos precisam ser modificados.

No nosso local de trabalho, a autoconsciência é também de extrema importância. Os psicólogos organizacionais Cary Cherniss e Robert Caplan revelaram que o ensino de competências de consciência emocional a consultores financeiros da American Express Financial Advisors, que aprenderam a identificar as suas próprias reações emocionais em situações de desafio e a ficarem mais conscientes das conversas interiores improdutivas, que originavam insegurança e vergonha, resultou num aumento de receitas por consultor. Essa consciência emocional permitiu-lhes usar estratégias para lidar com os problemas e, puderam assim, ser mais eficazes no trabalho, gerando mais rendimentos para si próprios e, presumivelmente, aconselhando melhor os clientes (Chermiss & Goleman, 2001).

Uma das formas de treinarmos a nossa autoconsciência, é monitorizarmos o nosso discurso interior. Para o desafio deste mês, presta atenção a como respondes aos teus sucessos e aos teus fracassos: costumas atribuir apenas o fator sorte aos teus sucesso e criticas-te pelos teus fracassos? O tipo de discurso interior que temos, tende a retornar em forma de feedback, alimentando esse próprio discurso. Fica atento/a e monitoriza o teu discurso.

 

 

Referências bibliográficas

Chermiss, C. & Goleman, D., 2001. The Emotionally Intelligent Workplace: How to Select For, Measure, and Improve Emotional Intelligence in Individuals, Groups, and Organizations. s.l.: Jossey-Bass.

A Nossa Perceção dos Outros Tem Uma Ligação ao Nosso Bem-estar Emocional

Vamos imaginar que dois amigos, a Ana e o António, conhecem uma nova pessoa: o João. Passam algumas horas com o João, falam de vários temas e despedem-se. No caminho de volta para casa, a Ana diz ao António que adorou conhecer o João, que era uma pessoa muito simpática, informada e entusiasta. No entanto, o António responde que ela está errada, pois o João claramente era uma pessoa falsa, que estava apenas a representar e que quando estivesse sozinho, iria falar mal deles.

Quando conhecemos alguém novo, é comum termos opiniões diferentes da mesma pessoa e por vezes contrárias, como neste exemplo. Então quem será que tem razão? Será que algumas pessoas são exímias em conseguir, com base numa primeira impressão, fazer uma leitura precisa da outra pessoa? E porque é que somos capazes de ter tantas avaliações diferentes da mesma pessoa, dos mesmos comportamentos?

Dusting Wood, da Wake Forest University, Peter Harms da University of Nebraska e Simine Vazire da Washington University, fizeram um estudo sobre a avaliação da perceção dos outros e chegaram a uma conclusão muito interessante (Wood, Harms, Vazire, 2010).

Os resultados do estudo mostraram que como nós percecionamos os outros no nosso meio, revela mais sobre a nossa personalidade, do que efetivamente algo sobre os outros. E quando os autores analisaram os resultados, estes foram muito mais longe do que uma mera projeção da autoimagem de um individuo na outra pessoa. A forma como percecionamos os outros, vai mais longe que isso, pois pode indiciar os nossos próprios traços de personalidade e possíveis distúrbios.

Os indivíduos que percecionavam os outros mais positivamente, reportaram maior afabilidade e menor hostilidade, maior satisfação com a vida e menores medidas associadas a distúrbios de personalidade, depressão e atitudes antissociais.

Adicionalmente, outra conclusão interessante, foi que estes indivíduos, tinham ainda mais probabilidade de serem avaliados positivamente pelo grupo que avaliaram e descreviam as suas experiências no grupo mais positivamente. Então, a forma como os outros eram percecionados, determinava a forma como este eram percecionados pelos outros, bem como experienciavam a situação. No nosso dia-a-dia, podemos estar numa situação social (jantar, convívio, com colegas de trabalho, etc) e não gostamos da experiência, indo buscar argumentos para suportar essa nossa conclusão. No entanto, o que este estudo aponta, é que muitas vezes esse processo todo inicia-se em nós, na nossa perceção. Não foi o convívio que foi mau, foi por nós termos percecionado as outras pessoas mais negativamente, logo ao início, que tornou o convívio mais desagradável.

Embora não tenha sido possível atribuir a direção causal destas relações, a investigação indicou fortemente que o quão positivo nós percecionamos os outos num grupo, tem uma relação importante com as nossas emoções, bem-estar, objetivos, valores e atitudes.

Outro dado fascinante, foi que, embora alguns investigadores discutam que cada distúrbio de personalidade possa ter o seu conjunto específico de viés cognitivos (Beck et al., 2004), este estudo verificou que vários distúrbios de personalidade estão associados apenas a uma dimensão: o quão positivos os outros são avaliados por nós. Então, a nossa perceção dos outros, aparenta ter uma importância tão extrema, como ser um próprio sinal de possíveis distúrbios de personalidade nossos.

Os investigadores deste estudo apontam duas enormes implicações desta descoberta:

  1. Em primeiro lugar, percecionar os outros como pouco amistosos, não confiáveis, infelizes e desinteressantes, pode ter como base um conjunto de cognições negativas que agem como causa comum também a distúrbios de personalidade.
  2. Em segundo lugar, se as perceções negativas de outros podem estar por trás de vários distúrbios de personalidade, então trabalhar a nossa perceção dos outros, de forma a vê-los de forma mais positiva, pode ajudar a reduzir os padrões comportamentais associados a diferentes distúrbios de personalidade.

 

Referências bibliográficas

Beck, A. T., A. Freeman & D.D. Davis (2004). Cognitive Therapy of Personality Disorders (2nd ed.). New York, N.Y.: Guilford Press.

Wood, D., Harms, P., & Vazire, S. (2010). Perceiver effects as projective tests: What your perceptions of others say about you. Journal of Personality and Social Psychology, 99(1), 174-190.

 

8 Estratégias para Potenciar os teus Objetivos

Este artigo compila um conjunto de estratégias simples que vão ajudar-te a organizares-te de forma a potenciares as tuas aptidões, mas antes, duas notas importantes:

  1. Tens que ter consciência que és tu que, com base nas tuas decisões, comandas a tua vida e o que te acontece não é exclusivamente fruto do dia a dia ou do acaso;
  2. Tens que ter consciência que o processo de investirmos em nós pode ter um efeito parábola muito similar às inscrições no ginásio logo em janeiro. Começamos cheios de “pica” e sedentos de ver resultados, excedemo-nos para tentar acelerar o processo de ver resultados, mas os resultados demoram, a rotina de anos e anos pesa e, quando damos por nós, estamos em março e não vamos ginásio há um mês. Em ambos os casos, há que ir com calma, ganhar/executar poucas(os) novas(os) rotinas/exercícios de cada vez até fazerem parte do nosso dia a dia e ser paciente. Os resultados aparecerão.

Dito isto, avancemos com as 8 estratégias.

 

#1 Analisa o teu caminho para a felicidade

Cliché? Sim, mas necessário. Basicamente, isto implica conheceres quem tu és e, para tal, precisas de saber quais os teus pontos fortes e quais as tuas limitações e o que fazer em relação a elas (ou potencias, manténs, modificas ou eliminas). No entanto, há que olhar para o nosso potencial e limitações com cuidado porque se és um elefante, mas queres ser uma águia, isso não vai acontecer. Sê o melhor elefante que conseguires.

 

#2 Vive a tua vida e não a dos outros

Somos diariamente bombardeados com aspirações e influências vindas de terceiros, quer através da comunicação social, digital ou do nosso círculo de amigos/familiares. Muitas pessoas criam expectativas com base no que a sociedade lhes incute que é “o normal” para ter um certo “status”, por exemplo: que tipo de carro deves conduzir, onde deves ir de férias, que tipo de roupa tens que vestir, como o teu corpo deve ser, que tipo de relacionamento deves ter, etc…

Realmente, há vidas que parecem fantásticas e gostaríamos de as ter para nós, mas o que é facto é que só temos a vida que temos, por isso para e pensa “o que é que eu quero realmente para mim?”, “o que é que para mim faz-me verdadeiramente feliz?”. Atenção, é positivo procurar inspiração, conselhos ou referências, mas que seja em linha com as tuas verdadeiras ambições e objetivos pessoais para criares o percurso de vida ideal para ti.

 

#3 Cria objetivos realistas

Usa a estratégia SMART para criares os teus objetivos, ou seja, eles têm que ser:

S – Significativos (e específicos) – requer que definas o teu objetivo com detalhe;

M – Mensuráveis – com metas numéricas (por exemplo, dentro de x meses vou conseguir isto)

A – Atingíveis (e razoáveis) – por exemplo, se o teu objetivo é perder peso, não é razoável teres como meta perder 20 kilos numa semana, mas torna-se razoável se a meta for 4 meses o que equivale perder 1,25 kg, em média, por semana.

R – Relevantes (ou recompensadores)

T – Temporais (possíveis de acompanhar no tempo)

 

#4 Pensa a longo-prazo, mas de forma a começares HOJE

A vida não é uma prova de 100 metros, mas sim uma ultramaratona.

Por isso, primeiro cria um plano geral daquilo que pretendes concretizar (por exemplo, para um período de 10 anos) e identifica os objetivos-chave que pretendes alcançar.

Em seguida, fragmenta esse plano em pequenos objetivos e metas a atingir (por exemplo, fragmentar em planos anuais ou semestrais).

Por último e depois de tudo isto elaborado, foca-te no primeiro fragmento e começa a trabalhar nos primeiros objetivos e metas a atingir.

À medida que te tornas mais acostumado/a a enfrentar pequenos desafios e a ultrapassá-los com alguma disciplina e agilidade, lidares com passos mais exigentes será uma etapa natural.

 

#5 Apoios

Para ajudar-te diariamente na concretização dos teus objetivos e metas, cria listas diárias com as coisas que tens de fazer (as to-do-list).

A forma como organizas a tua to-do-list deve essencialmente refletir a forma como tu trabalhas melhor, contudo, recomendamos que a organizes por prioridades, mas incluindo primeiro as tarefas que consegues concretizá-las mais rapidamente.

O ires riscando da lista várias tarefas sucessivas, à medida que as concretizas, dá-te um sentido de pequenas vitórias, confiança e alento para passares para as tarefas mais exigentes e consumidoras de tempo.

 

#6 Compreende como usas o teu tempo

Pensa no tempo como dinheiro, ou seja, só há duas formas de o usares: ou gastas ou investes.

Tu tens uma quantidade finita de dinheiro e podes escolher gastá-lo em várias coisas que precisas ou desejas. Quando essa quantidade finita esgota, já não há mais.

O mesmo acontece com o tempo. Se tu decides dar uma hora do teu tempo, ou seja, analisaste as tuas opções e optaste por usar o teu tempo numa atividade que em nada contribui para os teus objetivos, esse tempo é perdido e já não volta atrás.

Investir o dinheiro implica colocares os teus ativos em negócios, imobiliário, ações de empresas, entre outros, que, supostamente no futuro irás obter retorno. Ou seja, deves investir em áreas que à partida tudo leva a crer que, no futuro, compensarão o investimento através do retorno financeiro que irão propiciar. O mesmo se aplica ao tempo.

Muitas pessoas afastam-se do seu percurso de vida porque “a vida acontece” e depois é difícil recuperar o equilíbrio. Sim, é difícil, mas não impossível. O truque é evitar que o teu tempo seja um desperdício.

Assume controlo sobre o teu tempo, tira tempo para compreenderes como deves aplicar o teu tempo e depois foca-te.

 

#7 Flexibilidade

Uma das chaves para o sucesso é perceber que os nossos objetivos e metas são fluidos, logo temos que perceber que ao longo do percurso, o nosso plano de ação necessitará de atualizações. Os teus objetivos hoje podem e devem ser diferentes dos teus objetivos daqui a 5 anos, isto porque não consegues prever tudo o que te vai acontecer até lá.

Contudo, não é normal mudares os teus objetivos e metas várias vezes num ano, isso pode significar que não refletiste bem sobre o que tu pretendes realmente e como lá chegar.

 

#8 Don’t feed the Trolls (Não alimentes os Trolls)

Esta expressão tem sido muito utilizada ultimamente. Os Trolls são pessoas que iniciam discussões e fazem destilação de ódio e raiva, só porque sim. E porque estas pessoas afastam-nos da produtividade e do nosso bem-estar, não devemos alimentá-las (ouvi-las, responder, deixar-nos afetar pelo queixume e pela negatividade que emanam).

Quando começas a investir em ti e a seguir um novo caminho, algumas pessoas mais próximas podem sentir-se desconfortáveis. De repente, já não pertences à caixinha mental a que te associaram inicialmente e como sais da zona de conforto, algumas pessoas poderão usar a ridicularização como ferramenta social para te “recuperarem”.

Inevitavelmente, à medida que avanças e atinges os teus objetivos, vais-te deparar com alguns “Trolls” e, quando isso acontecer, simplesmente não os alimentes.

 

Tradução adaptada de http://steveolsher.com/top-10-strategies-to-accomplish-your-new-years-goals-and-objectives/

 

 

 

 

 

 

 

Mudar Emoções Negativas Com o Pensamento

Shakespeare, na sua peça mundialmente conhecida “Hamlet” disse: “Nada em si é bom ou mau, tudo depende daquilo que pensamos”.

A peça foi apresentada há mais de 400 anos e já mostrava aquilo que a ciência viria a descobrir muitos séculos depois.

O ser humano tem uma capacidade de adaptação invejável, em comparação com a maioria das outras espécies. Somos adaptáveis não só ao mundo exterior, como ao mundo interior.

As emoções comandam a nossa vida e muitos de nós somos avassalados por emoções negativas mais vezes do que gostaríamos. Mas existe uma excelente notícia: podemos mudar isso através do nosso pensamento.

Sim, claro que existem situações que certos distúrbios ou lesões em áreas cerebrais podem impedir que consigamos gerir as nossas emoções apenas através do pensamento. Mas para muitos casos pontuais que experienciamos no dia-a-dia, é possível.

Kevin Ochsner, da Universidade da Columbia fez uma experiência em que os voluntários observavam várias imagens, umas com carga negativa e outras com neutra. 1 Alguns voluntários iriam ver a fotografia normalmente, sentido a emoção negativa, enquanto a outros era pedido que reenquadrassem a situação, dando outra perspetiva ao que estavam a ver.

Por exemplo, uma das imagens continha uma foto de uma mulher a chorar numa igreja, que os participantes pensavam que era um funeral. Quando isto acontecia, a amígdala direita, um ponto chave para as emoções perturbadoras, fazia uma avaliação automática e rápida da situação – um funeral – e ativava o circuito para a tristeza. Esta resposta acontece tão rapidamente e espontaneamente, que enquanto a amígdala ativa estas reações e ativa outras áreas do cérebro, os centros corticais para pensar ainda não acabaram de analisar a situação. Depois e em conjunto com a avaliação da amígdala, os sistemas ligando os centros emocionais e cognitivos verificam e refinam essa reação, dando um acréscimo emocional ao que estamos a ver. E é então que formamos a nossa primeira impressão: “Que triste, ela está a chorar num funeral.”

Entretanto, o investigador poderia dizer a alguns participantes: “Não é um funeral, é um casamento”. Esta reapreciação do evento, substituía o pensamento inicial e gerava uma dose mais feliz de sentimentos, iniciando uma sequência de mecanismos que acalmava a amígdala e os circuitos conexos.

 

No gráfico acima, a barra preta “Attend” mostra os participantes que olharam para as imagens negativas sem utilizar o reenquadramento. A barra preta “Reapp” mostra os participantes que fizeram o reenquadramento. A barra a cinzento mostra a reação a imagens neutras.

No eixo dos Y, está a força do evento negativo que os participantes experienciaram.

Como podemos verificar, quando os voluntários utilizaram o reenquadramento (Reapp), existiu uma diminuição considerável do sentimento negativo que estavam a experienciar.

 

Este estudo mostra-nos que podemos mudar emoções negativas com o pensamento, utilizando reenquadramentos, olhando para as coisas de uma forma diferente. As coisas são como são. Nós é que as interpretamos de variadas formas, gerando vários estados emocionais, sendo que muitos não são positivos. Mas podemos utilizar o pensamento para reenquadrar a situação, ver através de outro prisma e, com isso, mudar o estado emocional.

 

  1. Oschner, K.N., Bunge, S.A., Gross, J.J. & Gabrieli J.D. (2002). Rethinking Feelings: An fMRI Study of the Cognitive Regulation of Emotion. J Cogn Neurosci

5 Razões para que a Inteligência Emocional seja uma ferramenta indispensável para Super Líderes

Sempre que pensamos em pessoas inteligentes, imaginamos matemáticos a resolver equações dificílimas, grandes escritores premiados com o Nobel da Literatura ou filósofos, certo?

Mas este nível de brilhantismo assume diversas formas, principalmente como a habilidade de compreender e gerir emoções, mais popularmente conhecida como Inteligência Emocional. E os Super Líderes utilizam da melhor forma a sua Inteligência Emocional.

Vejamos como é que a Inteligência Emocional pode fazer-te brilhar:

 

  1. Consciência Intensa

Permite-te compreender os efeitos dos teus sentimentos. Isso é crucial sempre que precisas tomar decisões com impacto e objetivas, com o teu orgulho e autoestima em jogo. Quem nunca demonstrou apreço por uma certa ideia ou estratégia que se revela má ou errada, e que depois teve dificuldade em reconhecer que “a coisa” não funciona?

Líderes com elevada Inteligência Emocional conseguem perceber sempre que o seu orgulho (ou outra emoção) está a influenciar a sua forma de pensar, permitindo tomar decisões mais imparciais e racionais.

 

  1. Interpretação dos Impactos Emocionais

A Inteligência Emocional torna também mais fácil antecipar e responder aos sentimentos dos outros. Por mais que queiramos ser objetivos, os negócios e a vida nas empresas são sempre experiências emocionais.

As más notícias podem surpreender ou desanimar as equipas de trabalho, enquanto as boas notícias podem torná-las incrivelmente otimistas. A Inteligência Emocional significa que podes antecipar como os outros irão reagir e desenvolver uma estratégia para mantê-los focados.

 

  1. Gestão da Saúde Mental

Ao reconheceres as possíveis ameaças à saúde mental (ansiedade, stress, depressão, luto, trauma, entre outros) da tua equipa de trabalho, podes assegurar que recebem todo o apoio e recursos necessários para recuperarem. Não só tem vantagens a nível da saúde como promove um ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo.

 

  1. Cultivar a Comunicação

Líderes com Inteligência Emocional têm uma capacidade melhorada para avaliar a reação dos outros às suas palavras e ações. Isto torna mais fácil a comunicação, porque consegues perceber se toda a tua equipa está em linha com a mensagem. E se não estiver, tu consegues perceber isso, mesmo que eles nada digam, e reformular a mensagem, desenvolvendo formas de comunicação mais eficientes para com todas as pessoas da tua equipa.

 

Também consegues tornar-te um melhor ouvinte, isto é, ouvir de forma clara e sem julgamento que os outros têm a dizer. Garantes assim que todos irão dar-te sempre as informações que precisas.

 

  1. Humor Útil

Nunca subestimes a importância do humor nas empresas e nos negócios. Uma boa piada ou um jogo de palavras inteligentes pode animar elementos da tua equipa que estejam mais em baixo, conquistar clientes céticos e atrair uma atenção positiva para a tua marca. É importante que encontres quais as situações adequadas para aplicares o humor para conseguires criar um balanço apropriado de seriedade e descontração.

 

Reforçamos que a Inteligência Cognitiva (QI) é sempre importante, mas a Inteligência Emocional (QE) é a chave para o sucesso na liderança e na capacidade de nos relacionarmos com os outros. A Inteligência Emocional vai ajudar-te a escolher o melhor método para resolveres os desafios e alcançares os teus objetivos, da tua empresa e da tua equipa.

 

Tradução adaptada de https://www.forbes.com/sites/forbescoachescouncil/2017/10/30/why-emotional-intelligence-is-indispensable-for-leaders/#f7ffb2275b78

Conseguimos Mudar os Nossos Colegas Que Não Têm Autoconsciência Emocional?

Tem ou teve que trabalhar com pessoas (colegas e/ou chefes) com níveis baixos de autoconsciência emocional? Será possível mudá-los?

Daniel Goleman, especialista mundial em Inteligência Emocional, escreveu um pequeno artigo sobre esse tema, que traduzimos e adaptamos abaixo.

Antes de mais, o que é a autoconsciência emocional? É a capacidade de reconhecer as suas próprias emoções e como elas afetam e impactam a vida das pessoas e o seu desempenho profissional. Pessoas com níveis elevados de autoconsciência emocional são melhores na autogestão emocional (autocontrolo emocional) e isso reflete-se num sentido de calma, no seu comportamento, clareza e elevada capacidade de comunicação.

Trabalhar com pessoas com baixa autoconsciência emocional não é apenas “irritante” e “desgastante” porque impacta na capacidade geral de todos os envolvidos terem uma boa performance.

Dependendo da situação (o enquadramento é sempre muito importante para sabermos como devemos agir), os colegas poderão evitar interações, acabando por não partilhar informações importantes, e até mesmo ter problemas em confiar nessas pessoas. E este tipo de ambiente começa lentamente a causar atrito no cumprimento dos objetivos globais (como equipa) e pessoais (como profissional).

O ponto mais importante é que, apesar de nós podermos e querermos muito ajudar um colega a ganhar mais consciência emocional, só depende deles conseguirem-no. Eles até podem ganhar consciência que têm que melhorar essa capacidade, mas eles é que decidem se o fazem ou não. Podemos não conseguir criar impacto no comportamento deles, mas o que também temos que compreender é que, acima de tudo, nós podemos criar impacto na nossa experiência da situação.

Uma forma de ajudar um colega com baixa autoconsciência emocional é, em privado, dar-lhe um feedback honesto e construtivo, explicando-lhe qual o problema. Obviamente, que é importante analisar o tipo de relacionamento existente, sendo que o ideal é ser alguém que essa pessoa tenha em elevada consideração, que admire e respeite. É importante perguntar primeiro se pode dar-lhe feedback sobre o seu comportamento, para que essa pessoa se preparar para ouvir (especialmente se for alguém muito reativo – para não ser apanhado de surpresa).

Dar exemplos de comportamentos alternativos ou fazer essa pessoa pensar em um comportamento alternativo e testá-lo, também é bastante positivo, porque foca o nosso cérebro na procura de soluções, ao em vez de só falar no problema.

Agora, para quem lida com pessoas com baixa autoconsciência emocional, é importante perceber que a única coisa que podemos controlar a 100% é a nossa própria reação ao mundo exterior. Um colega “irritante” e “desgastante” é apenas mais um fator de stress.

 

Como lidar com a situação? O treino da Atenção Plena (mindfulness) é uma boa técnica. A Atenção Plena ajuda-nos a sermos menos reativos aos fatores que nos perturbam, o que significa que conseguimos manter-nos no nosso máximo de eficiência, independentemente do que se passa à nossa volta.

A Atenção Plena reconhece que a nossa mente divaga durante cerca de 50% do tempo, e o objetivo é que tenhamos consciência por onde a nossa mente divaga e assim conseguimos ajudá-la a manter-se focada no que importa. Através da Atenção Plena consegue-se monitorizar os nossos pensamentos.

Contudo, e não se esqueçam, é uma técnica desafiante e que precisa de treino (prática + tempo) para ser dominada.

 

Tradução adaptada de https://www.linkedin.com/pulse/can-you-fix-colleagues-who-arent-self-aware-daniel-goleman

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