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Sentes que não és valorizado no teu local de trabalho, mas gostas do que fazes?

Se não te sentes valorizado no teu local de trabalho, antes de pensares em mudar de emprego, tenta estas 5 abordagens. Não tens a nada a perder, certo?

Em primeiro lugar, não há nada pior do que uma pessoa sentir que a sua presença é indiferente no local de trabalho. Todos os seres humanos necessitam de sentir apreço pelos seus esforços e quando não sentem, instala-se um sentimento de não pertença. Por isso, não ignores o que sentes, analisa!

  1. Sê Realista

Antes de colocares em prática qualquer ação, usa a tua autoconsciência emocional para analisares se estás a ser realista quanto à quantidade de apreciação que esperas do/a teu/tua chefe, colegas, pares ou mesmo clientes. Isto porque, cada vez mais as pessoas andam ocupadas e acabam por dar menos feedback do que seria (deveria ser) suposto.

Faz uma prova dos nove e questiona-te sobre os seguintes pontos:

  • O meu trabalho foi extraordinário?
  • O meu trabalho foi consideravelmente superior aos que os meus pares tipicamente fazem?
  • Se eu tivesse que pedir crédito pelo resultado deste trabalho, faria “figura triste”?

Caso não consigas responder a estas perguntas, recomendamos que procures a opinião de alguém do teu local de trabalho, da tua confiança e de preferência mais sénior que tu.

  1. Fala com o/a Chefe

Se geres uma equipa de trabalho, faz parte da tua função identificar e mencionar o que o teu grupo de trabalho faz e como ele é importante. Isto porque, na confusão do dia-a-dia, por vezes os nossos superiores hierárquicos, colegas ou clientes não fazem a mínima ideia do esforço e dedicação que são necessários para elaborar e coordenar certas tarefas e/ou materiais de trabalho. Por isso, necessitam de ser (re)lembradas, mas de forma casual.

Qualquer apresentação ou relatório feito ou objetivos atingidos deve-se sempre mencionar o nome das pessoas (ou a equipa) responsáveis pela concretização dos mesmos. O objetivo é que o resultado do esforço coletivo ou individual não passe despercebido e que não seja escondido. E não tenhas medo de dar crédito à tua liderança. Às vezes, queremos ser tão inclusivos e somos tão receosos de falarmos sobre aquilo que em somos bons, que acabamos por deixar passar oportunidades. A assertividade é uma ferramenta poderosa.

Por exemplo, “Eu consegui que as metas X e Y fossem cumpridas e não as conseguiria ter feito sem o suporte das pessoas/da equipa A e B pelo qual estou grato/a.”

  1. Reconhece a contribuição dos outros

Uma estratégia para que reconheçam o teu trabalho é reconheceres o trabalho dos outros. É um paradoxo, mas funciona. Ao ser uma pessoa que aprecia e nota que o trabalho dos outros está bem feito, expressando-o, tornas-te num agente de mudança na cultura organizacional da tua empresa. Isto porque, as pessoas que se sentem apreciadas por ti, passem igualmente a apreciar o teu trabalho e a expressarem-no de igual forma. E isso cria igualmente uma sensação de união e otimismo que melhorará as relações interpessoais.

  1. Valoriza-te

Atenção! Ser valorizado pelos outros é fantástico, mas não podemos esperar que toda a nossa motivação venha de honras, elogios e gratidão pública. Aspetos motivadores intrínsecos são muito mais poderosos! Se tiveres possibilidade, mete uns dias de férias e reflete sobre a importância do trabalho para ti e procura quais os aspetos da tua vida que são realmente importantes para ti e qual o significado de cada um desses aspetos.

É cliché, mas é verdade. O verdadeiro reconhecimento vem de dentro. Se não valorizas o que fazes, não há elogio no mundo que preencha esse vazio. A autoestima nunca pode ser esquecida!

Ao fim de cada semana de trabalho reflete sobre o que correu bem e o que não correu tão bem e não caias no abismo de focares apenas na parte que não correu tão bem. Cataloga as vitórias!

  1. Considera seguir em frente

Se tentaste tudo isto (tentar mesmo!) e continuas a não te sentir apreciado no teu local de trabalho, isso pode ser um sinal que, mesmo que sejas a pessoa certa para aquela empresa, aquela empresa não é a melhor para ti.  A maioria de nós mantém-se num emprego que não é perfeito por múltiplas razões e muitas são válidas. Mas se realmente queres uma nova experiência e sentes que é a única alternativa, então procura uma nova oportunidade. Mas fá-lo com calma e com critério!

 

O mais importante de tudo, caso não sejas tu quem se sente invisível no local de trabalho, mas sabes que tens pessoas que trabalham contigo ou para ti que se sentem assim, não te podes esquecer que há pessoas que necessitam de ser mais validadas que outras. E a motivação começa tendo a atitude correta!

E se queremos que as pessoas deem sempre “a milha extra” e que “vistam a camisola”, porque não criar pequenos comportamentos, tais como o feedback construtivo, que façam as pessoas sentirem-se valorizadas e acompanhadas junto das suas hierarquias, pares e clientes?

Faz esta pergunta final “Quem na minha equipa ou do meu ambiente de trabalho necessita agora mais validação e valorização?”

 

 

Inspiração: https://enterprisersproject.com/sites/default/files/feel_valued_at_work.pdf

Motivar pessoas começa tendo a atitude correta

A maioria dos líderes sabe muito bem o que é estar fortemente motivado. Mas será que sabem como fomentar essa motivação?

Monique Valcour, professora de gestão e que trabalha com executivos, escreve um pouco sobre esse tema num artigo para a Harvard Business Review, o qual traduzimos e adaptamos abaixo.

Quando se pergunta aos líderes que tipo de motivação eles gostariam de ver nas suas equipas, as respostas são muito homogéneas e apontam para as seguintes qualidades: persistência, proatividade, responsabilidade, entreajuda e empenho em alcançar resultados (“vestir a camisola” e/ou “dar a milha-extra”).

Contudo, a maioria dos líderes tem pouca ideia de como impulsionar e/ou manter esse nível de motivação nas suas equipas.

Muitos líderes não entendem que eles são parte integrante do “ecossistema motivacional” nas empresas onde trabalham e que a maioria das qualidades indicadas (em cima) aparece com maior frequência em colaboradores que se sintam valorizados e desafiados (no sentido construtivo da experiência profissional), que têm a confiança das suas hierarquias e colegas, e que sabem que são apoiados no seu trabalho.

Todos estes aspetos são da responsabilidade de um verdadeiro líder influenciar. Para melhor ou pior, as atitudes e os comportamentos dos líderes têm um efeito enorme sobre a movimentação e a performance das suas equipas.
Um dos principais problemas é a visão mecanicista e instrumental que os líderes têm sobre os seus colaboradores. Achar que a compensação monetária é a única ferramenta que podemos usar para motivar é o mesmo que querermos construir uma casa, usando apenas um martelo.

O problema é que todo os incentivos e benefícios passam por um filtro no cérebro dos colaboradores, em conjunto com todas as suas experiências vividas no local de trabalho. Como os colaboradores vivem o trabalho, dia a dia, a forma como este é experimentado tem uma maior influência sobre a motivação do que o pacote salarial.

Outra barreira à capacidade de motivação de um líder é a crença generalizada e equivocada de que a motivação é uma propriedade inerente do colaborador – “o colaborador ou a tem ou não tem”. Na verdade, a motivação é um processo dinâmico e não uma caraterística imutável do colaborador. Quando consideramos que um colaborador está irremediavelmente desmotivado, desistimos de tentar motivá-lo e torna-se um ciclo vicioso, em que a nossa atitude e comportamentos vão alimentar exatamente os comportamentos que esperamos de um colaborador desmotivado, que por sua vez reforça e justifica a nosso parecer e abordagem.

E, no fim, todos perdem: a empresa é privada da prestação do colaborador, o líder acaba por não fazer o seu trabalho como líder e o colaborador sente-se cada vez mais frustrado.

A maioria dos problemas do foro interpessoal que surgem no mundo, quer seja em relacionamentos, empresas ou países, deve-se à dificuldade fundamental que as pessoas têm em ver as situações sob a perspetiva dos outros.

Quando fazemos suposições sobre o que os colaboradores acreditam e valorizam, estamos a interpretar os comportamentos de acordo com nossas suposições, e ao fazê-lo, reduzimos a sua essência e complexidade. A própria frase “recursos humanos” enquadra os colaboradores como um material que necessita ser gerido para os objetivos organizacionais.

Embora a natureza essencial dos contratos de trabalho envolva o comércio de trabalho por remuneração, se não apreciamos os nossos colaboradores como pessoas inteiras, os esforços para motivá-los terão um sucesso limitado.

Em vez de pensar sobre como podemos gerir os nossos colaboradores, seria mais eficiente pensar em como podemos motivá-los.

Uma boa forma de começar é fazer este simples exercício: pare e reflita sobre o/a melhor líder/chefe/mentor(a)/professor(a) que alguma vez já teve.

Como é que essa pessoa o/a fez sentir? O que é que essa pessoa fez para ganhar a sua admiração?

Com base nisso, tente adotar as melhores estratégias para gerir as suas equipas.

 

Tradução adaptada de https://hbr.org/2017/03/motivating-people-starts-with-having-the-right-attitude

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