Etiqueta: relacionamentos interpessoais

#11 Desafio 2019 – Relacionamentos Interpessoais

Novembro, mês de novo desafio para treinar a nossa Inteligência Emocional!

Este mês é tempo de desenvolvermos os Relacionamentos InterPessoais. Este tema é muito importante e traz um impacto tremendo no nosso bem-estar e felicidade.

Antes de lançarmos o novo desafio do mês, vamos recordar os últimos 10 desafios de 2019:

A qualidade dos nossos relacionamentos é fundamental para o nosso bem-estar a para a nossa saúde. Em termos de relacionamentos amorosos, existe muita evidência que documenta a relação entre a saúde e estar num relacionamento que nos satisfaça (HoltLundstad, Birmingham & Jones, 2008).

Por exemplo, as pessoas que reportam que as suas experiências durante um relacionamento ficam mais negativas e menos positivas ao longo do tempo, apresentam uma saúde também cada vez menor (Umberson, Williams, Powers, Lui, & Needham, 2006).

Um estudo feito a 100 pacientes de transplante de medula óssea mensurou o poder de ter laços pessoais fortes. Entre os pacientes que sentiam que tinham um forte suporte emocional do seu parceiro, família ou amigos, 54 por cento sobreviveram aos transplantes após dois anos, em comparação com 20 por cento daqueles que reportaram sentir que tinham pouco suporte (Strain, 1991).

Neste desafio mensal sobre relacionamentos interpessoais, vamo-nos focar nos relacionamentos amorosos. Caso estejas atualmente num relacionamento, vê o que recomendamos para que o mesmo continue a funcionar e seja satisfatório e caso não estejas e pretendas iniciar um, que passos podes dar logo desde do início para que o relacionamento comece da melhor forma.

O que será que faz um relacionamento amoroso funcionar? Claro que cada situação é única e tem as suas vicissitudes, mas podemos analisar os padrões dos relacionamentos que melhor funcionam e tirar uma ideia sobre os passos que podem aumentar a probabilidade de a nossa resultar. Um professor da Universidade de Illinois especializado em desenvolvimento humano e estudos de famílias, chamado Brian Ogolsky, analisou estudos publicados no meio académico desde 1950 sobre “manutenção de relacionamentos” e identificou as estratégias mais utilizadas para que os casais ficassem juntos.

Realçamos cinco dessas estratégias que Ogolsky encontrou:

  1. Manter as linhas de comunicação abertas: os casais que mantém bons relacionamentos, tentam fazer com que não existam barreiras entre eles. Dividem também as suas tarefas, não sobrecarregando o outro;
  2. Responder um ao outro: para além de fazer com que não existam barreiras, falando livremente, também é importante que realmente estejam presentes quando a outra parte quer comunicar. Ou seja, quando alguém quer falar sobre o seu dia, devemos colocar o nosso telemóvel ou computador de lado e escutar realmente, colocando perguntas e mostrando interesse;
  3. Falar sobre o relacionamento: falar e refletir periodicamente sobre como vai a sua relação. Abordar onde acham que estão, para onde vão e aquilo que precisam de melhorar no seu relacionamento;
  4. Utilizar humor: a utilização do humor significa a capacidade dos casais conseguirem rirem-se de certas situações que surgem, de forma a reduzir o stress e tensão e ficarem mais capazes de lidar com as mesmas. Ou seja, não levarem tudo de forma séria, sem nunca brincarem e rirem sobre o seu dia. No entanto, cuidado com a utilização de sarcasmo, pois tende a ser negativo para a relação;
  5. Fazer atividades novas e engraçadas em conjunto: é essencial que os casais façam atividades novas e divertidas para fortalecer os laços e quebrarem pontualmente a rotina normal que existe no dia-a-dia. Uma relação constrói-se com momentos e se não existirem novos momentos ao longo da relação, torna-se mais difícil que a relação continue positiva e feliz.

Para o desafio deste mês, concentra-te em aplicar as cinco estratégias que indicamos no artigo que os casais felizes mais utilizam e reflete sobre como estas foram úteis para fortalecer a tua relação.

inteligência_emocional - relacionamentos interpessoais

 

Referências bibliográficas:

Holt-Lundstad, J., Birmingham, W., & Jones, B.Q. (2008). Is there something unique about marriage? The relative impact of marital status, relationship quality, and network support on ambulatory blood pressure and mental health. Annals of Behavioral Medicine, 35, 239–244

Strain, J. J. e. a., 1991. Cost offset from a psychiatric consultation-liaison intervention with elderly hip fracture patients. The American Journal of Psychiatry, 148(8), pp. 1044-1049.

Umberson, D., Williams, K., Powers, D.A., Liu, H., & Needham, B. (2006). You make me sick: Marital quality and health over the life course. Journal of Health and Social Behavior, 47, 1–16.

#11 Desafio 2018 – Relacionamentos Interpessoais

Chegamos a Novembro, o 11º mês do ano e o 11º desafio do ano!

Em Outubro estivemos a treinar a categoria de Inteligência Emocional, “Expressão Emocional”. Este mês a categoria vai ser sobre “Relacionamentos Interpessoais“.

Vamos recordar os desafios mensais dos últimos 10 meses:

A qualidade dos nossos relacionamentos interpessoais são de extrema importância para a nossa saúde, bem-estar psicológico e bem-estar físico.

Se tivermos más relacionamentos, os nossos processos psicológicos resultantes dessas experiências podem prejudicar o nosso sistema imunitário, aftetar o nosso sistema cardiovascular e aumentar o rico de depressão (Graham, Christian, & Kiecolt-Glaser, 2006). Por outro lado, as relações positivas estão mais associadas com processos positivos que nos fazem experienciar um elevado bem-estar. O suporte social tem sido estudado por vários investigadores e mostram que providenciam um recurso para lidar com o stress que experienciamos no dia-a-dia, que prejudica a nossa saúde e bem-estar (Thoits, 2010).

Das investigações que têm sido feitas, muitas centram-se nos relacionamentos amorosos e conjugais. Estar casado, especialmente casado e feliz, está associado com uma saúde física e mental maior (Carr & Springer, 2010) e a força do efeito matrimonial na saúde, é comparado a outros fatores de risco tradicionais como fumar ou a obesidade (Sbarra, 2009).

Mas não são só os relacionamentos amorosos que afetam a nossa saúde. Os relacionamentos familiares, profissionais e de amizade, todos eles impactam a nossa saúde, e o nosso bem-estar físico e psicológico. Então, é de extrema importância, melhorarmos a qualidade dos nossos relacionamentos interpessoais. Mais do que quantidade, na fase adulta da vida, o maior impacto está na qualidade das nossas relações. O psiquiatra Robert Waldinger descreveu alguns segredos para a felicidade num discurso que deu no TED. Disse que as três lições-chaves para a felicidade são: relações pessoais próximas, qualidade das relações (e não quantidade) e casamentos estáveis e compreensivos.

Ao não trabalharmos os nossos relacionamentos, caminhamos em direção à solidão, e isso tem consequências devastadoras para a nossa saúde. Psicólogos como John Cacioppo e Sheldon Cohen, têm vindo a mostrar que as pessoas que se sentem só, tendem a ter um maior risco de mortalidade, infecções, depressão e declínio cognitivo. É importante dar nota que este efeito tem vindo a ser verificado nas pessoas que reportam sentirem-se sós e não tanto nas pessoas mais isoladas socialmente. Embora este efeito não se tenha verificado tanto naquelas que estão isoladas socialmente, mas não se sentem só, termos relações saudáveis, tende a aumentar o nosso bem-estar físico e psicológico.

Durante este mês, quando tiveres conversas ou discussões em que exista um conflito de pontos de vista, tenta entender o outro lado antes de tentares ser compreendido. Quando ouvimos algo que percecionamos como um ataque ou crítica, faz com que nos queiramos defender automaticamente, não ouvindo corretamente o outro lado, perdendo a oportunidade de entendê-lo. Durante este mês, tenta entender primeiro o outro lado, antes de tentares explicar o teu.

 

 

Referências bibliográficas

Carr D., & Springer K. W. (2010). Advances in families and health research in the 21st centuryJournal of Marriage and Family72, 743–761. doi:10.1111/j.1741-3737.2010.00728.

Graham J. E., Christian L. M., & Kiecolt-Glaser J. K. (2006). Marriage, health, and immune function: A review of key findings and the role of depression. In Beach S. & Wamboldt M. (Eds.), Relational processes in mental health, Vol. 11. Arlington, VA: American Psychiatric Publishing, Inc.

Sbarra, D. A. (2009). Marriage protects men from clinically meaningful elevations in C-reactive protein: results from the National Social Life, Health, and Aging Project (NSHAP). Psychosomatic medicine71(8), 828-35.

Thoits, P. A. (2010). Stress and Health: Major Findings and Policy Implications. Journal of Health and Social Behavior51(1_suppl), S41–S53. https://doi.org/10.1177/0022146510383499

 

#10 Desafio 2018 – Expressão Emocional

Estamos em Outubro, altura de lançar o 10º desafio do ano!

No mês passado, tivemos um desafio sobre o Descanso, que embora não seja uma competência emocional, traz um enorme impacto na forma como gerimos as nossas emoções e desenvolvemos a nossa Inteligência Emocional.

Este mês, vamos treinar uma competência emocional necessária para uma melhor comunicação, que é a Expressão Emocional.

Vamos recordar os desafios mensais dos últimos 9 meses:

A Expressão Emocional refere-se a como uma pessoa expressa a sua experiência emocional através de comportamentos verbais e não verbais. A expressão emocional é distinta da experiência emocional, pois é possível experienciar emoções sem as comunicar.

Saber expressar emoções é uma componente importante da regulação emocional, trazendo impacto na nossa saúde. Além da nossa saúde, as emoções transportam mensagens e a forma como entregamos essa mensagem, vai ter um efeito enorme na forma como construímos as nossas relações.

Este mês vamos treinar uma forma de expressar emoções, indicando um dos erros mais comuns que os indivíduos fazem quando querem partilhar aquilo que estão a sentir. E que erro é esse?

Um dos maiores erros é dizermos “Tu fazes-me sentir…” em vez de “Eu sinto-me…”. 

À primeira vista, podemos pensar que a frase “Tu fazes-me sentir…” está correcta. Vamos indicar três motivos que explicam porque é que é melhor dizer “Eu sinto-me…” e o impacto negativo que “Tu fazes-me sentir…” faz à relação.

#1 Motivo – “Tu fazes-me sentir…” transmite uma acusação. 

Lê as duas frases:

  • “Sinto-me triste”, “Sinto-me irritado”
  • “Tu fazes-me sentir triste”, “Tu fazes-me sentir irritado”

Imagina que te dizem a frase de cima ou a frase de baixo. Lê mais do que uma vez. Notas a diferença? Nas frases de baixo, sentimos um tom acusatório e isso leva a que nos defendamos e ataquemos de volta.

#2 Motivo – “Tu fazes-me sentir…” é uma forma de desresponsabilização.

Além de transmitirmos um tom acusatório à outra pessoa, fazendo-a sentir irritada, culpada ou envergonhada, ainda nos tira o poder de resolver a situação. Isto, porque é a outra pessoa que nos faz sentir dessa forma e nós não temos qualquer poder sobre a situação. Esta frase transmite-nos a ideia, que a forma como nos sentimos, depende a 100% da outra pessoa,

#3 Motivo – “Tu fazes-me sentir…” mostra que não entendemos realmente porque é que nos sentimos assim.

Se contarmos uma anedota a alguém, essa pessoa pode ficar séria, pode esboçar um pequeno sorriso, pode dar grandes gargalhadas ou até pode ficar chateada. Da mesma forma, o que alguém nos diz ou faz, gera-nos uma enorme variabilidade de reacções. O que isso nos mostra, é que a forma como reagimos, é uma combinação entre o que a outra pessoa diz e como nós interpretamos o que a outra pessoa diz.

Então, a forma correcta será mesmo “Eu sinto-me…”, porque é a nossa reação, à interpretação que fizemos da mensagem. Desta forma, também conseguimos refletir mais sobre o motivo de estarmos assim.

O desafio deste mês vai incidir sobre uma pequena alteração da comunicação, que traz um grande impacto nas relações pessoais e profissionais. Cada vez que te sentires de determinada forma, começa a frase por “Eu sinto-me…” em vez de “Tu fazes-me sentir…”. Depois de expressares a emoção, podes continuar a desenvolver o motivo que sentes que está por detrás, evitando o tom acusatório.

Subscreva a newsletter

Para receber todas as novidades em primeira mão…