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Lições Para Relacionamentos Mais Saudáveis

Se quisermos ter uma relação saudável, positiva, com força e duradoura, satisfazendo as nossas necessidades e as das outras pessoas, precisamos de desenvolver a nossa Inteligência Emocional na área dos relacionamentos pessoais.

É comum ouvir que numa relação temos 50 por cento de responsabilidade numa relação. Penso que este valor está errado. Por vezes, devido a inúmeros fatores, não damos os nossos 50 por cento. E, se do outro lado, a outra pessoa estiver apenas disposta a dar 50 por cento, a relação não avança. Cada um de nós deverá dar no mínimo 50 por cento, para compensarmos alguma descompensação que por vezes possa existir. Ou seja, se num dia chegarmos cansados do trabalho, mas a nossa parceira quiser ir sair ou se o nosso filho quiser ir brincar, temos que estar dispostos a fazer o esforço extra e ir acima dos nossos 50 por cento. Isto, se quisermos ter relacionamentos saudáveis.

Foi feita uma experiência na Universidade de Yale, por Sigdal Barsade, em 1998, o qual foi pedido a um grupo de voluntários, que desempenhassem o papel de gerentes, reunindo-se e decidindo como distribuir bónus aos seus subordinados. Um ator treinado foi inserido no meio dos voluntários sem que estes se apercebessem. O ator falava sempre primeiro e projetava vários estados emocionais diferentes: ou entusiasmo, ou um ambiente relaxado, ou um estado lento e deprimido, ou alguma irritabilidade hostil, dependendo do grupo em que era inserido. Os resultados indicaram que o ator influenciou os grupos com a sua emoção, e que os sentimentos positivos levaram a um aumento de cooperação, justiça e melhor desempenho do grupo. De facto, as medições do estudo indicaram que os grupos entusiasmados eram melhores a distribuir o dinheiro, faziam-no mais justamente e de uma forma que ajudava a organização.

Então, a forma como nos relacionamos com os outros, a energia e o estado emocional que apresentamos irá sempre influenciar os outros. É um grande poder que temos. E com grande poder, vem uma grande responsabilidade!

A Universidade de Washington descobriu que, quando os pais são emocionalmente inteligentes, comparados com aqueles que gerem mal as suas emoções, as suas crianças relacionam-se também melhor e são menos tensas na presença dos pais (Hooven, et al., 1994)1

As crianças com estes pais mais emocionalmente inteligentes também se tornam melhores a gerir as suas próprias emoções, são mais eficazes a acalmar-se quando estão chateadas e ficam menos vezes aborrecidas. As crianças também ficam mais relaxadas biologicamente, apresentando menores níveis de hormonas de stresse e outros indicadores fisiológicos. Além disso, também têm mais capacidades sociais, são mais populares, mais queridas pelos seus colegas e são vistas pelos seus professores como mais competentes no domínio social. Os pais e professores avaliam estas crianças como tendo menos problemas comportamentais, como agressividade ou rudeza. No plano cognitivo, conseguem concentrar-se melhor e aprender mais eficazmente. Considerando um QI constante, as crianças com cinco anos que tinham estes pais possuíam melhores resultados em Matemática e na leitura quando chegavam à terceira classe. Um leque de vantagens para quem é pai ou mãe.

Os relacionamentos pessoais e a felicidade possuem uma relação bidirecional. Se tivermos relacionamentos mais fortes, tornamo-nos mais felizes, e vice-versa.

Os impressionantes estudos longitudinais de 75 anos «Grant» e «Glueck», liderados por George Vaillant e Sheldon Glueck, foram responsáveis por grandes descobertas, sendo que uma delas foi a de que as boas relações nos mantêm felizes e saudáveis.

O psiquiatra Robert Waldinger descreveu alguns segredos para a felicidade num discurso que deu no TED. Disse que as três lições-chaves para a felicidade são: relações pessoais próximas, qualidade das relações (e não quantidade) e casamentos estáveis e compreensivos.

Começando pelas relações pessoais próximas, Waldinger refere que, nos estudos longitudinais realizados, os homens que diziam sentir-se mais próximos da família, amigos ou comunidade eram tendencialmente mais felizes, saudáveis e viviam mais tempo do que os outros homens menos sociais.

Quanto à qualidade das relações, um estudo de 2015, publicado pelo Journal Psychology and Aging, que seguiu pessoas durante 30 anos, descobriu que, embora a quantidade de relações que temos seja importante aos 20 anos, quando chegamos aos 30 anos o que se torna importante é a qualidade das relações (e não a quantidade). Seja como for, as relações são sempre um fator importante, seja em quantidade no início da vida, seja em qualidade a partir dos 30 anos (Carmichael, C.L. et al, 2015)2.

Em relação à terceira lição-chave, os casamentos estáveis e compreensivos, as pessoas dos estudos longitudinais «Grant» e «Glueck» que eram casadas sem se terem divorciado, separado ou tido problemas conjugais graves até aos seus 50 anos tinham melhor desempenho em testes de memória. Os adultos casados tendem a viver mais tempo e a ser mais saudáveis.

Adicionalmente, o casamento não ajuda apenas os adultos, também tem um papel especial na vida das crianças. As crianças que vivem em famílias intactas tendem a ter melhor realização escolar e a exibir menos problemas comportamentais. Também experienciam uma melhor saúde física e emocional (Helliwell & Grover, 2014)3.

Muitos dos estudos realizados sobre a relação entre o casamento e a felicidade foram feitos numa época em que o casamento era normal e «regra». O importante a destacar não é se estamos casados e qual o tipo de casamento! A diferença é entre alguém que não tem uma relação amorosa, um companheiro, e alguém que tem um companheiro. No entanto, logicamente os estudos apresentam regras e, fora dessas regras, há exceções. Há pessoas sem relações amorosas que são felizes e há quem as tenha e seja infeliz. Contudo, os estudos apontam para que, caso tenhamos alguém com quem partilhar a nossa vida amorosa, nos tornemos provavelmente mais felizes. Depois, dependerá sempre como trabalhamos essa relação!

 

  1. Hooven, C., Katz, L. & Gottman, J., 1994. The family as a meta-emotion culture. Cognition and Emotion, Volume 9, pp. 229-264.
  2. Carmichael, C.L. et al, 2015. In Your 20s it’s Quantity, in Your 30s it’s Quality: The Prognostic Value of Social Activity Across 30 Years of Adulthood. Psychol Aging, 30(1), pp. 95-105.
  3. Helliwell, J. & Grover, S., 2014. How’s Life at Home? New Evidence on Marriage and the Set Point for Happiness. The National Bureau of Economic Research.

A Importância da Inteligência Emocional nos Relacionamentos

Nós somos seres sociais, foi assim que evoluímos desde nos nossos antepassados caçadores-recolectores até os dias de hoje. Não somos uma ilha, pois vivemos rodeados de pessoas, amigos, familiares e parceiros amorosos e devemos fomentar essas relações, não só pelo óbvio facto de que precisamos de relações intrapessoais para comunicar e conseguir alcançar aquilo que queremos, mas também porque a qualidade dos nossos relacionamentos está diretamente relacionada à nossa felicidade e também à nossa saúde. Ao não trabalharmos os nossos relacionamentos, caminhamos em direção ao isolamento social e isso tem consequências desastrosas. Estudos realizados durante mais de duas décadas, envolvendo mais de 37.000 participantes mostraram que o isolamento social, isto é, aquele sentimento de que não temos ninguém com que possamos desabafar e partilhar os nossos sentimentos, duplicava a hipótese de doença ou morte.1

 

Outro estudo científico, feito em 1987, indicou que o isolamento é tão significante para a taxa de mortalidade, como fumar, uma elevada pressão arterial, elevado colesterol, obesidade ou a falta de exercício físico. O mais impressionante é que este estudo indica que fumar aumenta o risco de mortalidade num fator de 1,6, enquanto o isolamento social aumenta o risco num fator de 2,0, tornando-o no maior risco para a nossa saúde. No entanto, atualmente damos muita importância ao tabagismo, obesidade, pressão arterial e colesterol e tão pouca importância aos nossos relacionamentos. Curiosamente, quando vamos ao médico, ele não nos pergunta como estão os nossos relacionamentos e não nos dá indicações de como trabalhá-los e fomentá-los, de como fomentá-los, embora esta prática também tenha um enorme impacto na nossa saúde.Uma parte vital da inteligência emocional são os nossos relacionamentos. Se tivermos laços mais fortes, vamos-nos sentir mais felizes, a nossa saúde vai melhorar e conseguiremos atingir o sucesso pessoal e profissional mais facilmente.

 

Um estudo feito a 100 pacientes de transplante de medula óssea mensurou o poder de ter laços pessoais fortes. Entre os pacientes que sentiam que tinham um forte suporte emocional do seu parceiro, família ou amigos, 54% sobreviveu aos transplantes após dois anos, em comparação com 20% daqueles que reportaram que sentiam que tinham pouco suporte.É impressionante o que fomentarmos bons relacionamentos faz ao nosso bem-estar e própria longevidade. Somos um ser social e não podemos descurar essa parte. Cada vez mais com o uso das tecnologias, tem-se perdido o contacto social mais direto, partilhar experiências, olhar nos olhos, mostrar interesse pelo outro. E ao mesmo tempo, cada vez mais existem pessoas que reportam sentir maior infelicidade, níveis de depressão e ansiedade. Sim, existem vários fatores que influenciam estes dados, mas a qualidade dos relacionamentos pessoais é um dos fatores fortes.

 

Os nossos relacionamentos impactam todos à nossa volta. Logo, uma outra vantagem de trabalharmos os nossos relacionamentos é o impacto positivo que irá ter nas crianças, isto para aqueles que são pais. Muitas vezes não nos apercebemos, mas o nosso comportamento influencia o dos nossos filhos. Quando são novos, os nossos filhos utilizam a observação para aprenderem comportamentos para depois eles próprios utilizarem no futuro. Se as crianças tiverem pais que se relacionem bem entre eles, que se relacionem bem consigo próprios e que os apoiem emocionalmente, então mais provavelmente vão repetir esse comportamento no futuro. Existem inúmeros estudos que demonstram que, os métodos utilizados pelos pais para educarem os filhos, seja com “mão pesada” ou com entendimento e empatia, com indiferença ou carinho, têm grandes e longas consequências na vida emocional da criança.

Carole Hooven e John Gottman, da Universidade de Washington, fizeram microanálises com base nas interações entre casais e como estes lidam com os filhos e descobriram que aqueles que eram mais competentes emocionalmente no seu casamento também eram mais eficazes em ajudar os seus filhos nos seus altos e baixos emocionais.

 

A inteligência emocional ajuda-nos a entender como devemos fomentar e potenciar os nossos relacionamentos pessoais. As relações requerem esforço, compromisso e entender o outro lado. Se apenas fizermos o que nos apetece no momento, sem ter em consideração o outro lado, vamos deteriorar a qualidade dos nossos relacionamentos. É importante entender que as relações constroem-se e que a qualidade dessa construção depende de nós.

 

1. Medical risk of social isolation: James House et al., “Social Relationships and Health,” ScienceQuly 29,1988)

2. House, “Social Relationships and Health”

3. Strain, “Cost Offset.

#12 Desafio 2017 – Otimismo

No início deste ano, decidimos lançar desafios mensais para todos aqueles que querem desenvolver a sua Inteligência Emocional. Chegamos ao mês de Dezembro e ao último desafio de 2017. Vamos terminar com um desafio para a categoria Otimismo.

 

Recapitulando os últimos 11 desafios:

 

O otimismo é algo que é muito falado. Mas será que existe algum benefício em trabalharmos o otimismo?

Martin Seligman, psicólogo Norte-Americano e Ex-Presidente da Associação Americana de Psicologia, é considerado o pai da Psicologia Positiva, tendo sido responsável por inúmeros estudos que mostram o poder o otimismo na nossa saúde e bem-estar.

Em meados dos anos 80, Martin Seligman e Gregory Buchanan acompanharam 120 homens que tinham sofrido um ataque cardíaco, tendo sido medida a extensão da lesão no coração, pressão arterial, colesterol, massa corporal e estilo de vida – todos os fatores de risco tradicionais para as doenças cardiovasculares. Além disso, todos os homens foram entrevistados sobre outros fatores como: família, emprego e passatempos. Depois, através de questionários, classificaram os homens como otimistas e pessimistas.
Passados oito anos e meio, metade dos homens tinham morrido de um segundo ataque cardíaco. Nenhum dos fatores de risco usuais previu a morte. (Seligman & Buchanan, 1993)

Só o otimismo, oito anos e meio antes previu o segundo ataque cardíaco. Dos dezasseis homens mais pessimistas, quinze morreram e dos dezasseis homens mais otimistas, apenas cinco morreram. Esta descoberta foi repetidamente confirmada em grandes estudos sobre doenças cardiovasculares, que utilizaram várias medidas de otimismo. 1

Mas como é que o otimismo é um fator tão forte que pode impactar até a nossa sobrevivência. Existem algumas vias biológicas possíveis. Uma delas é o sistema imunitário. Judy Rodin, Leslie Kamen, Charles Swyer e Martin Seligman, colaboraram em 1991 num estudo em que recolheram amostras de sangue a idosos pessimistas e otimistas e depois testaram a resposta imunitária. O sangue dos otimistas reagia de forma mais energética às ameaças, produzindo mais glóbulos brancos, ou linfócitos T, para combater as infeções – do que os pessimistas. 2

Existem muitas evidências científicas que comprovam o poder do otimismo. Os eventos mais negativos que nos deparamos no dia-a-dia são apenas isso: eventos. No entanto, nós temos a capacidade de colocar carga emocional nesses eventos, influenciando a nossa resposta emocional e consequentemente a nossa saúde. Existem muitos poucos eventos negativos na vida que realmente não podemos olhar de uma forma otimista. Mas existe uma tendência generalizada para que qualquer evento mais problemático, seja transformado numa catástrofe. E dessa forma, ficamos com uma visão mais pessimista, prejudicando o nosso comportamento e como já vimos, a nossa própria saúde.

O desafio deste mês é muito simples mas extremamente poderoso para desenvolvermos a nossa Inteligência Emocional. Podes ver o desafio na imagem em baixo.

Bons treinos!

1. G.M. Buchanan e M.E.P. Seligman, “Explanatory Style and Heart Disease”, in Explanatory Style, eds. G.M. Buchanan e M.E.P. Seligman, Hillsdale,NJ,Erlbaum,1995, pp. 225-32.

2. L. Kamen-Siegel, J. Rodin, M. E. P. Seligman e J. Dwyer, “Explanatory Style and Cell-Mediated Immunity in Elderly Men and Women”, Health Psychology 10, 1991, pp. 229-35.

 

 

 

 

#11 Desafio 2017 – Relacionamentos Pessoais

Olá!

Chegamos ao mês de Novembro e é altura de mais um desafio mensal.

Este mês é tempo de desenvolvermos os Relacionamentos Pessoais. Este tema é muito importante e traz um impacto tremendo no nosso bem-estar e felicidade.

Os últimos 10 desafios que lançamos, foram:

 

Existe evidências científicas sólidas que mostram que as relações pessoais afetam a nossa saúde de inúmeras formas, incluindo a nossa saúde mental, física, hábitos saudável e até o risco de mortalidade.

Investigadores da Universidade de Chicago nos EUA, descobriram que a solidão extrema aumenta a probabilidade de morte prematura por 14%. Este impacto é quase tão forte como o impacto que existe em termos uma forte desvantagem no nosso status sócio-económico.

John Cacioppo, professor de Psicologia da Universidade de Chicago nos EUA, mostrou que as consequências de não mantermos relações pessoais e ficarmos isolados são dramáticas. O sentimento de solidão pode prejudicar o nosso sono, aumentar a pressão sanguínea, aumentar a hormona de stresse cortisol, alterar a expressão de genes em células imunitárias, aumentar a depressão e baixar o sentimento de bem-estar subjetivo.

No entanto, é muito comum considerarmos que as relações têm que funcionar automaticamente, sem esforço. Muitas pessoas tendem a não esforçar-se o suficiente para manter relacionamentos a longo prazo, mantendo o contacto com alguma periodicidade. Outras pessoas, na sua azáfama diária, consideram que não podem perder tempo para estar com os seus amigos e vão adiando interações sociais, até ao ponto que estas se perdem. Mas não fomentarmos relações pessoais, faz-nos o inverso. Perdemos tempo e qualidade de vida.

Não te preocupes se tens poucos amigos ou pessoas que possas ou queiras estar. Para nós e para os nossos amigos sentirem os benefícios físicos e mentais que existem, o que conta é a qualidade e não a quantidade dos relacionamentos!

O desafio deste mês é muito simples, mas muito necessário. Em cada semana, escolhe um amigo ou familiar e marca algo com ele/a. Começa a treinar esta área da tua vida, que tantos benefícios nos traz.

 

Bons treinos!

 

 

 

 

 

Como Ter Conversas Difíceis Quando Não Gosta de Conflitos

Evita ter conversas difíceis porque não gosta de conflitos? Ou conhece alguém assim?

Este artigo ensina algumas técnicas de como ter uma conversa difícil, especialmente se formos pessoas que evitam a todo o custo o conflito, quer no ambiente profissional, quer no pessoal.

Saber gerir conflitos é um dos pontos principais no relacionamento pessoais que é uma das categorias da Inteligência Emocional.

Antes de mais, é importante realçar que evitar ou protelar uma conversa difícil não trás benéficos alguns, muito pelo contrário. Aprendendo estas técnicas, que ao início podem parecer não-naturais, pode ajudar a reformular o seu pensamento sobre ter uma conversa difícil, principalmente se não gosta de conflitos.

#1 Adote uma postura com base no respeito e na curiosidade (e pare de se preocupar se gostam ou não de si)

As pessoas que evitam conflitos estão, muitas vezes, preocupadas com o seu grau de agradabilidade. Apesar de ser perfeitamente natural querermos que gostem de nós, nem sempre isso deve ser o mais importante. Entre numa conversa com uma atitude aberta e com desejo genuíno de ouvir/aprender, adote uma postura de respeito e curiosidade, em relação a si e a terceiros. Respeito genuíno e vulnerabilidade geram mútuo respeito e vulnerabilidade partilhada. Mesmo quando as conversas são difíceis, as mesmas podem manter-se num registo de suporte mútuo, respeitando o ponto de vista da outra pessoa e esperando que a outra pessoa respeite o seu.

 

#2 Concentre-se no que ouve e não no que diz

Na maioria das vezes, as pessoas que evitam conflitos gastam uma enorme quantidade de tempo mental reformulando os seus pensamentos. Embora possa ser uma preparação útil, estar a ruminar sobre o que vai dizer, pode sequestrar a sua mente durante todo o dia de trabalho e, por vezes, a noite também. E as conversas difíceis raramente ocorrem conforme nós planeamos, certo? Por isso, liberte-se dessa pressão e concentre-se mais em ouvir o que é dito e a observar.
Por exemplo, imagine que tem um colaborador que não vai cumprir, outra vez, o prazo de um projeto. Ao abordá-lo, faça-lhe perguntas neutras e de suporte: “Estou a ver que o projeto está atrasado. Estás a sentir alguma dificuldade/desafio em particular neste projeto?”, e depois oiça e observe. Seja genuinamente interessado e proativo, reúna o máximo de informação possível e faça um acompanhamento sem culpa.

A nossa atenção genuína e neutralidade encorajam as pessoas a colaborar. Para cada declaração que a outra pessoa faça, espelhe o que ela disse para validar que a entende corretamente.

 

#3 Seja direto/a

Dirija assuntos difíceis indo diretamente ao ponto. Tenha uma conversa franca e respeitável em que ambas as partes falem abertamente sobre os detalhes de uma questão. Falar com as pessoas honestamente e com respeito cria relações mutuamente gratificantes, mesmo quando as conversas são difíceis.

No entanto, note que, há situações onde diferenças culturais ou de personalidade devem ser consideradas. Se a pessoa com quem está a falar não valoriza a franqueza, então a conversa pode tornar-se mais agressiva. Nestes casos, há que moderar a postura do “ir direto ao ponto” e com algum jogo de cintura e muito respeito, vai-se chegando ao ponto pretendido.

Se a pessoa com quem está a falar, aparentar estar a distorcer o objetivo da conversa e ou não estar a compreendê-lo mesmo, peça-lhe, de vez em quando, para repetir o que ela acha que está a ser dito. Conforme o que ela transmite, pode ajustar a mensagem de forma a garantir que o conflito está a ser direcionado para a resolução. Este estilo de comunicação é mais aberto e menos ameaçador.

 

#4 Não adie

Costuma dar respostas do género: “agora eu não quero falar disto”, “isso agora não importa” ou “já não se justifica falar do assunto”?
Pode parecer arriscado ir direto ao assunto e falar sobre a situação, mas na grande maioria das situações, é precisamente isso que é necessário fazer. Adiar uma conversa para um momento futuro melhor, não vai ajudar, até porque esse momento pode não chegar e pode haver o risco de gerar-se um acumular de problemas derivados todos da mesma situação por resolver.
Dê a si mesmo e à outra pessoa tempo para colocar as ideias no sítio e tenha a conversa.

 

#5 Espere um resultado positivo

Em vez de dizer a si mesmo que conversa vai ser um desastre, diga antes que vai correr bem e que vai gerar resultados positivos. Concentre-se nos ganhos a longo prazo que a conversa irá criar para o relacionamento. Quando a sua atenção está focada em resultados positivos, ela irá mudar o seu processo de pensamento, assim como o seu diálogo interno, tornando-o mais construtivo.

 

Utilize estes cinco pontos para melhorar os seus relacionamentos pessoais, diminuindo os conflitos e aumentando a sua Inteligência Emocional.

 

Tradução adaptada de https://hbr.org/2017/05/how-to-have-difficult-conversations-when-you-dont-like-conflict

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