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O Otimismo é feito de duas partes: expetativas e explanações

As expetativas referem-se a como pensamos que o futuro vai ser, as explanações referem-se a como pensamos (e como explicamos) o que aconteceu.


Expetativas


As expetativas sobre o futuro afetam-nos de duas maneiras: mudam como nos sentimos sobre uma situação e afetam-nos como agimos no momento. Ambos são críticos para termos esperança e sermos mais resilientes.
Quando estamos perante uma situação de elevada pressão, sentimos uma mistura de excitação, ânsia, ansiedade e receio. O que experienciamos nesses momentos está diretamente influenciado com o nosso nível de otimismo ou pessimismo.


Se formos mais otimistas e tivermos uma expetativa positiva do futuro, vamos sentir mais excitação e entusiasmo, enquanto um pessimista vai sentir mais receio e ansiedade, quando perante a mesma situação.
Numa investigação, selecionaram participantes que eram extremamente alérgicos ao veneno da planta hédera. No estudo, 13 pessoas foram esfregadas no braço com uma folha inofensiva enquanto lhes diziam que era veneno hédera. Ao mesmo tempo, foram tocadas no outro braço com o verdadeiro veneno, mas foi-lhes dito que era inofensivo. No braço que teve em contacto com a folha inofensiva (que lhes foi dito que era veneno), todos os 13 tiveram erupções cutâneas. No sítio que teve em contacto com o verdadeiro veneno (mas que foi dito que era inofensivo), apenas 2 tiveram reações.


Mas como é que isto é possível?


De acordo com o Dr. Marcel Kinsbourne, um neurocientista da New School for Social Research em Nova Iorque, a resposta está no facto que o cérebro gera dois tipos de padrões de ativação quando um evento ocorre.
Um tipo é denominado outside-in que inicia com a informação que flui para o cérebro, do mundo externo.


Ao mesmo tempo, outro padrão de ativação ocorre (inside-out), que é iniciado do nosso centro de previsão no córtex pré-frontal e recorre a memórias e sentimentos sobre o que é expectável acontecer.
Estes dois padrões intersetam-se para nos informar sobre o que está a acontecer no seu ambiente.


Um dos aspetos fascinantes dos novos estudos neuro imagiológicos é a revelação que na maioria das situações, a ativação as células derivadas das nossas expetativas sobre uma situação, que é internamente gerado, dispara antes de receber a data do exterior.

Estes estados gerados pelo cérebro internamente, são tão reais, neurologicamente falando, como tudo o que resulta do mundo externo e podem alterar significativamente como é que os reagimos a um evento externo. De uma forma muito real, eles alteram a química interna do nosso cérebro e corpo. Dezenas de estudos mostraram que um efeito placebo ocorre por causa desta maneira que as nossas expetativas afetam a nossa química interna.


Outro estudo feito por Francis Brennan e Carl Charnetski, focaram-se na Imunoglobulina A e constipações e descobriram que um fenómeno semelhante corre.


A Imunoglobulina A é um dos anticorpos mais fortes no nosso corpo. Quanto mais Imunoglobulina A temos no nosso sistema em épocas de constipações, menos constipações vamos ter.


Num estudo com 112 estudantes da Northeastern Pennsylvania University, foram retiradas amostras para media a Imunoglobulina A, de cada estudante. Os participantes também completaram um questionário para medir o otimismo. O estudo revelou que aqueles que eram mais pessimistas, tinham menores níveis de Imunoglobulina A, mostrando que o pessimismo afeta o sistema imunitário. Tal como o estudo com o veneno, a pesquisa descobriu que o que acontece nas nossas mentes – neste caso, o pensamento pessimista – afeta diretamente a química interna do corpo.
Os pensamentos otimistas vão mais longe do que a nossa química, eles motivam comportamentos que ajudam a realizar as nossas expetativas positivas. As pessoas que têm uma crença mais positiva do futuro, esforçam-se mais quando lidam com uma situação de pressão.


O pensamento otimismo não é o pensamento Poliano das lentes cor de rosa, em que tudo vai ficar bem. Faz-nos é entrar em ação, procurando trabalhar mais para ultrapassar o nosso desafio e chegar a soluções.


Estilo Explanatório


O processo explanatório tem raízes na psicologia social da atribuição – o processo de inferir a causa dos eventos e comportamentos. Fazemos isto diariamente com os nossos comportamentos e viés, bem como das pessoas à nossa volta – habitualmente sem consciência que o estamos a fazer.
A atribuição interpessoal é um exemplo: quando contamos uma história a amigos ou colegas, costumamos contar a história de forma a que nos faça parecer da melhor forma.


Temos tendência a atribuir coisas de forma a conseguirmos utilizar o que aconteceu no passado para fazer previsões futuras. Se não tivermos tido sucesso a fazer vendas telefónicas no passado, podemos evitar fazê-las no futuro para não ficarmos envergonhados ou tristes.


A forma que temos tendência a atribuir causas para as coisas, é chamada de estilo explanatório. É a forma que um indivíduo explica os falhanços e sucessos. Todos os dias tentamos fazer sentido à vida, explicando os eventos a nós próprios.


Então se tivermos um estilo explanatório positivo, se explicarmos o que nos acontece com uma luz mais favorável, vamos aumentar os nossos níveis de otimismo e consequentemente, conseguir realizar mais.


Em resumo, uma das chaves para desenvolver o nosso otimismo é criar expetativas positivas (mas não irrealistas) e explicar o que nos acontece com uma luz mais favorável (mas não de forma ilusória).

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